GRÉCIA E ROMA NO VESTIBULAR (III)


QUESTÃO 01- [APPPROVA / 2014]
Nos primeiros tempos, o povo fraco e pobre, encontrando-se oprimido pelo poder dos ricos, procurava qualquer homem que se diferenciasse por sua virtude, garantindo os fracos contra injustiças e violências, fazendo imperar a igualdade, submetendo à igualdade grandes e pequenos. Aquilo que tinha constituído reis fez também estabelecer leis; porque ou haveria igual direito para todos, ou não haveria direito.  Enquanto esse direito se manteve pela justiça e integridade de um só homem, ele satisfez; quando cessou de se manter, estabeleceram-se as leis, cujas vozes nunca mudam, que falam sempre a mesma língua a todos. Está claro que foi para manter a justiça que os homens tiveram em vista ao elegerem os reis, e foi por isso que para tais posições escolheram homens de bem.
Cícero. “Dos Deveres”. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 95. [Livro II, cap. XII].

Segundo Cícero, a principal função dos reis nos primeiros tempos da história de Roma consistia em
A)      estabelecer as leis que garantiriam as condições privilegiadas de alguns perante os demais por nascimento.
B)      equilibrar as forças entre os grupos sociais para viabilizar a supremacia dos ricos sobre os demais do corpo social.
C)      garantir a transmissão hereditária de sua função para evitar abusos de poder dos ricos para com os pobres.
D)      manter a justiça, proteger os fracos de violências, mantendo a igualdade entre grandes e pequenos, ricos e pobres.
E)      proteger grandes e ricos das injustiças e estabelecer leis para evitar a violência entre pequenos e pobres

QUESTÃO 02- [ENEM 2017]

TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões.
[FINLEY, M. “Economia e sociedade na Grécia antiga”. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013,  adaptado.]

TEXTO lI
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante, pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos.
[FUNARI, P. P. “Grécia e Roma”. São Paulo: Contexto, 2011, adaptado.]

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de que a
A) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
B) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias.
C) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.
D) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
E) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.

QUESTÃO 03- [ENEM CANCELADO 2009]
O fenômeno da escravidão, ou seja, da imposição do trabalho compulsório a um indivíduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivíduo ou coletividade, é algo muito antigo e, nesses termos, acompanhou a história da Antiguidade até o séc. XIX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos escravos variou muito da Antiguidade greco-romana até o século XIX, em questões ligadas à divisão do trabalho.
As variações mencionadas dizem respeito

A)  ao caráter étnico da escravidão antiga, pois certas etnias eram escravizadas, em virtude de preconceitos sociais.
B)  à especialização do trabalho escravo na Antiguidade, pois certos ofícios de prestígio eram frequentemente realizados por escravos.
C)  ao uso dos escravos para a atividade agroexportadora, tanto na Antiguidade quanto no mundo moderno, pois o caráter étnico determinou a diversidade de tratamento.
D)  à absoluta desqualificação dos escravos para trabalhos mais sofisticados e à violência em seu tratamento, independentemente das questões étnicas.
E)  ao aspecto étnico presente em todas as formas de escravidão, pois o escravo era, na Antiguidade greco-romana, como no mundo moderno, considerado uma raça inferior.

QUESTÃO 04 [ENEM 2015]
A política, foi inicialmente, a arte das pessoas se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.
VALÉRY, P. “Cadernos”. Apud BENEVIDES, M.V.M. “A cidadania ativa”. São Paulo: Ática, 1996.

Nessa definição, o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo caracterizado por uma democracia incompleta. Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política?
A) A distribuição equilibrada do poder.
B) O impedimento da participação popular.
C) O controle das decisões por uma minoria.
D) A valorização das opiniões mais competentes.
E) A sistematização dos processos decisórios.

QUESTÃO 05- [ENEM 3ª Aplicação / 2016]
Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.
CARDOSO, C. F. “Trabalho compulsório na Antiguidade”. São Paulo: Graal, 2003.

A obra “lnstitutas”, do jurista Aelius Marcianus (século lll d.C.), instrui sobre a escravidão na Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
A)  mão de obra especializada protegida pela lei.
B)  força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
C)  categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
D)  condição legal, independentemente da origem étnica do indivíduo.
E)  comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.

QUESTÃO 06- (APP – PROVA)
[...] Com a boa sorte do povo de Atenas. Que os legisladores resolvam: se alguém se rebelar contra o povo visando a implantar a tirania, ou juntar-se a conspiradores, ou se alguém atentar contra o povo de Atenas ou contra a democracia, em Atenas, se alguém cometeu algum destes crimes, quem o matar estará livre do processo.
FUNARI, Pedro P. A. “Antiguidade clássica: a história e a cultura a partir dos documentos”. Campinas: Ed. da Unicamp, 1995. p. 91 (adaptado).

O trecho da lei contra a tirania, de 337 a.C., demonstra o papel da Justiça ateniense na disposição de
A)  legalizar as diferentes formas de pensar do governo e armar sua derrocada.
B)  localizar os cidadãos contrários à tirania e condená-los a trabalhos forçados.
C)  manter o regime político e impedir conspirações contra a cidadania.
D)  tentar impedir o crescente descontentamento da população contra a democracia.
E)  unificar o regime de todas as cidades gregas, através da prática democrática.

QUESTÃO 07 [FUVEST 1999]

"Ao povo dei tanto privilégio quanto lhe bastasse,
nada tirando ou acrescentando à sua honra;
Quanto aos que tinham poder e eram famosos por sua riqueza,
também tive cuidado para que não sofressem nenhum dano...
e não permiti que nenhum dos dois lados triunfasse injustamente."

Sobre esse texto, é possível inferir que o seu autor,

A)  o dramaturgo Sólon, reproduz um famoso discurso de Péricles, o grande estadista e fundador da democracia ateniense.
B)  o demagogo Sólon, recorre à eloquência e à retórica para enganar as massas e assim obter seu apoio para alcançar o poder.
C)  o tirano Sólon, lembra como, astutamente, acabou com as lutas de classes em Atenas, submetendo ricos e pobres às mesmas leis.
D)  o filósofo Sólon, evoca de maneira poética a figura do lendário Drácon, estadista contemporâneo e criador da democracia ateniense.
E)  o legislador Sólon, exprime o orgulho pelas leis, de caráter democrático, que fez aprovar em Atenas quando governou a cidade.

Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.
COULANGES, F. “A cidade antiga”. São Paulo: Martins Fontes, 2000.


A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
A)  adoção do sufrágio universal masculino.
B)  extensão da cidadania aos homens livres.
C)  afirmação de instituições democráticas.
D)  implantação de direitos sociais.

QUESTÃO 09 [FATEC / 2008]
 “A principal diferença entre as pessoas, quanto ao direito, é esta: todos os homens são ou livres ou escravos. Os homens livres subdividem-se, por sua vez, em nascidos livres e libertos ou forros. São nascidos livres os que assim nasceram; são libertos os que foram alforriados. Os libertos são de três tipos: cidadãos romanos, cidadãos latinos ou não cidadãos.”
(FUNARI, Pedro Paulo Abreu. “Roma. Vida pública e vida privada”. São Paulo: Editora Atual, 1993. p. 29.)

O documento acima retirado do “Institutas”, cap. I, versículos 9-17, demonstra a existência em Roma de uma  
 
A)      divisão muito clara dos homens, mas, ao mesmo tempo, fica evidente que havia possibilidade de mobilidade social.
B)      divisão entre homens livres e não livres que se mantinha por toda a vida, uma vez que era vetada a mobilidade entre grupos.
C)      sociedade capitalista em que o crescimento pela força do trabalho definia o lugar de cada indivíduo na sociedade.
D)      sociedade dividida por classes, em que a diferenciação era feita pelo acúmulo de riquezas dessa ou daquela classe.
E)      sociedade igualitária, em que todos eram cidadãos romanos com direitos e deveres muito claros.

QUESTÃO 10 [APPPROVA – 2015]
[...] aqueles povos daí em diante passaram mais frequentemente a ser chamados helenos, por causa de suas ligações, embora muito tempo tenha passado antes de a designação prevalecer para todos eles. A melhor evidência disto é Homero. Com efeito, apesar de ter vivido muito tempo depois da Guerra de Troia, em algumas de suas obras usa tal denominação para todos [...]. Seja como for, os povos que então receberam o nome de helenos, primeiro cidade por cidade, quando havia comunidade de língua, e depois como um conjunto, nada empreenderam incorporadamente antes da Guerra de Troia, por causa de sua fraqueza e falta de contatos. Mesmo para aquela expedição, eles se reuniram somente quando já estavam praticando com desenvoltura a navegação marítima.
TUCÍDIDES. “História da Guerra do Peloponeso”.  Disponível em: http://funag.gov.br. Acesso em: 11 out. 2015 (adaptado).

A organização política da Grécia Antiga abordada no texto estava relacionada
A)  aos aspectos geográficos, que dificultaram a formação de um Estado unificado.
B)  aos princípios da democracia, o que dava amplas liberdades às poleis.
C)  às dificuldades de identidade cultural, o que impedia a noção de nacionalidade.
D)  aos conflitos militares constantes, o que fragilizava os Estados gregos.
E)  aos poderes dos troianos em relação aos gregos, o que ameaçava a democracia.

QUESTÃO 11 (APP – PROVA)
Em Atenas, não havia partidos políticos e, portanto, as decisões do demos não estavam submetidas a uma obediência tradicional [...]. Tampouco eram influenciadas por promessas feitas em campanha – elas não existiam, assim como o esforço para ganhar a próxima eleição.
JONES, Peter. “Democracia radical”. In: Revista BBC História – Mundo grego. São Paulo: Tríada, ano 1, n. 9, p. 72.

O texto apresenta uma comparação entre a democracia ateniense e a do mundo ocidental atual. A cidadania no mundo antigo estava relacionada ao (à)
A)      poder de decisão da maioria dos atenienses.
B)      capacidade individual de oratória.
C)      desordem na tomada de decisões do demos.
D)      interesse particular de cada indivíduo.
E)      ausência de debates políticos.
Q
UESTÃO 12 [ENEM 2015]
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. “As origens do pensamento grego”. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado)

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
D) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
E) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.

QUESTÃO 13- [ENEM 2014]
Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira.

VERNANT, J. P. “As origens do pensamento grego”. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).

Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio:
A) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.
B) Transparência — acesso às informações governamentais.
C) Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais.
D) Equiparação — igualdade de gênero na participação política.
E) Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos públicos.

QUESTÃO 14 [AGIR / 2016]
Os animais na Itália possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, nem casa, erram com suas mulheres e crianças. Os generais mentem aos soldados quando, na hora do combate, os exortam a defender contra o inimigo suas tumbas e seus lugares de culto, pois nenhum destes romanos possui nem altar de família, nem sepultura de ancestral. É para o luxo e enriquecimento de outrem que combatem e morrem tais pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra.
PLUTARCO. In: PINSKY, Jaime. “100 textos de História Antiga”. 4.ed. São Paulo: Contexto, 1988. p. 20.

Plutarco foi um filósofo e historiador romano que viveu durante a fase da consolidação do Império Romano, entre os séculos I e II. Ao analisar esse período da história romana, o autor pretende

A)  criticar as disparidades sociais e econômicas presentes na sociedade romana, que se consolidavam mesmo com sua expansão territorial a partir da ação militar.
B)  defender que o início do governo imperial romano representaria a possibilidade de fim dos antagonismos sociais e políticos que  caracterizaram a república.
C)  denunciar a tradição militarista da república romana, que submetia o povo a um expansionismo que lhe trazia benefícios econômicos, mas que os excluía da vida política.
D)  resgatar os valores e ideais do republicanismo romano, que estavam se perdendo com o início do governo dos imperadores e com a política expansionista.
E)  valorizar os princípios do republicanismo romano, pois entendia que a ascensão do governo imperial representaria o fim das conquistas sociais e políticas dos romanos.


GABARITO
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02 E
03 B
04 B
05 D
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07 E
08 B
09 B
10 A
11 B
12 C
13 A
14 A

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