2º REINADO - QUESTÕES POLÍTICAS NO VESTIBULAR



01) (FUVEST)
Canção 1:
Suba ao trono o jovem Pedro
Exulte toda a Nação;
Os heróis, os pais da Pátria
Aprovaram com união.

Canção 2:
Por subir Pedrinho ao trono,
Não fique o povo contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma gente.

Quadrinhas populares cantadas nas ruas do Rio de Janeiro em 1840. Compare as quadrinhas populares e responda:

a) Explique os motivos que levaram D. Pedro II a tornar-se imperador, antes dos dezoito anos, como previa a Constituição. (08 linhas)
b) Apresente, interpretando, as diferentes posições políticas expressas nas duas canções populares. (07 linhas)

02) (UERJ) 
O Poder Moderador pode chamar a quem quiser para organizar ministérios; esta pessoa faz a eleição, porque há de fazê-la; esta eleição faz a maioria. Eis aí o sistema representativo do nosso país!
(Adaptado de NABUCO, Joaquim. Um estadista do Império. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.)

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A caricatura de um jornal de época e o trecho do discurso do senador do Império Nabuco de Araújo retratam as práticas políticas vigentes no Império do Brasil, ao longo do Segundo Reinado. Considerando os dados acima, exponha as principais diferenças entre o parlamentarismo vigente no Império do Brasil a partir de 1847 e o parlamentarismo praticado na Inglaterra nessa época. (8 linhas)

03) (UFMG) 
Uma estratégia do conservadorismo político é o argumento da perversidade - "a tentativa de empurrar a sociedade em determinada direção fará com que ela, sim, se mova, mas na direção contrária" -, ou seja, toda mudança produzirá, por meio de uma cadeia de consequências não-intencionais, o exato oposto do objetivo proclamado e perseguido. Todas as alternativas contêm argumentos utilizados no debate sobre a abolição da escravatura no Brasil. Assinale a alternativa em que se reproduz o argumento da perversidade, ao afirmar-se que a abolição

a) "Deixa expostos à miséria e à morte os inválidos, os enfermos, os velhos, os órfãos e crianças abandonadas da raça que se quer proteger, até hoje nas fazendas a cargo dos proprietários, que, hoje, arruinados e abandonados pelos trabalhadores válidos, não poderão manter aqueles infelizes, por maiores que sejam os impulsos de uma caridade, que é conhecida e admirada por todos os que frequentam o interior do país".
b) "É escusada para operar a transformação do trabalho e apressar as emancipações: estas se farão por iniciativa individual em um período muito curto. Estaria em mãos do governo mesmo precipitar por meios indiretos este fato auspicioso ..."
c) "Ataca de frente, destrói e aniquila para sempre uma propriedade legal, garantida, como todo o direito de propriedade, pela lei fundamental do Império entre os direitos civis de cidadão brasileiro, que dela não poderia ser privado, senão mediante prévia indenização do seu valor".
d) "Desorganiza o trabalho, dando aos operários uma condição nova, que exige novo regime agrícola [...]. Ficam, é certo, os trabalhadores atuais; mas a questão não é de número, nem de indivíduos, e sim de organização, da qual depende principalmente a efetividade do trabalho, e com ela a produção da riqueza nacional".
e) “A escravidão é natural.  As pessoas são diferentes, e é natural esperar que aqueles que são de certa forma superiores - por exemplo, em termos de inteligência, moralidade, conhecimento, perícia tecnológica ou capacidade de luta — irão transformar-se em mestres daqueles que são inferiores nesses quesitos.”

GABARITO

QUESTÃO 01

A)    Ao longo da década de 1830 (período regencial), o Brasil passou por uma série de dificuldades políticas e econômicas. Isso ocorreu, em grande medida, devido à dificuldade da Regência se fazer legitimar frente à nação. O Partido Liberal, naquele contexto, passou a articular politicamente por uma reorganização do poder, procurando adiantar a maioridade de Pedro de Alcântara (herdeiro ao trono desde 1831, quando D. Pedro I abdicou e partiu para Lisboa). De imediato, a ascensão do jovem Pedro ao trono permitiria que os liberais pudessem compor o ministério do novo regime.
B)    A canção 01 expressa um otimismo de parte dos governados frente às possibilidades que se abririam com o retorno da Monarquia. Havia, entre os entusiastas da maioridade, a ideia de que o Imperador poderia pacificar a nação, colocar fim às revoltas regenciais que ocorriam pelas províncias e fazer um governo legítimo. A canção 02, por outro lado, apresenta um posicionamento crítico em relação à maioridade, destacando que o retorno da monarquia não expressaria uma renovação política, pois “Pedrinho estaria servindo com a mesma gente”.

QUESTÃO 02
O sistema parlamentarista clássico nasceu na Inglaterra em fins do século XVII. De forma resumida, simples e direta, afirma-se que o sistema inglês se estrutura sob a máxima “o rei reina e o parlamento governa”, indicando que o poder executivo se encontra, de fato, nas mãos da Câmara dos Comuns. O parlamentarismo do 2º Reinado, por outro lado, se estruturou fundamentalmente na pessoa do imperador, até mesmo devido à força do poder moderador (Constituição de 1824), que poderia, inclusive, intervir nos demais poderes para garantia da ordem. Muitos, então, criticavam os excessos que o poder moderador, como demonstra a charge, poderia garantir às ações do Monarca. Na prática, o Imperador controlava as pastas ministeriais com suas próprias mãos, reinando e governando o Brasil.

QUESTÃO 03
LETRA A – O fragmento de texto faz parecer que a abolição seria perversa para o futuro dos negros e negras que seriam abandonados à miséria (caso aprovada a abolição), pois não seriam mais mantidos pelos “impulsos de caridade” de seus proprietários. O argumento, que se estrutura em uma suposta perversidade da abolição, atende aos interesses dos políticos e proprietários conservadores do século XIX.



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