Século XX e suas crises

O mal como renúncia à capacidade de julgar

O mal banal caracteriza-se pela ausência do pensamento. Essa ausência provoca a privação de responsabilidade. O praticante do mal banal submete-se de tal forma a uma lógica externa que não enxerga a sua responsabilidade nos atos que pratica. Age como mera engrenagem. Não se interroga sobre o sentido da sua ação ou dos acontecimentos ao seu redor. Buscar o sentido não é apenas se informar, não é algo da ordem do conhecimento nem da aferição da eficácia. Trata-se de medir e buscar a estatura do que está acontecendo a partir do crivo da dignificação dos envolvidos. Quem pensa resiste à pratica do mal. A busca da significação encontra muita dificuldade quando a pressa, os mecanismos e procedimentos técnicos, burocráticos e os processos econômicos auto-propelidos engolfam tudo. O praticante do mal banal renuncia à capacidade pertencente aos humanos de mudar o curso das ações rotineiras através do exercício da vontade própria. Repete heteronomamente o seu comportamento. Não se reconhece dotado de vontade, capaz de iniciar, fundar e começar. Ele também não exercita a habilidade, peculiar aos homens, de falar e comunicar o que está vendo e sentindo. Vive sem compartilhar o mundo com os outros. Renuncia, desse modo, à faculdade do julgamento. Em suma, recusa-se a viver com os dons provenientes das suas faculdades espirituais: pensar, querer e julgar.
Ao relacionar o mal ao vazio reflexivo, Arendt aponta para uma possível compreensão da violência nas sociedades contemporâneas. Nessas sociedades, o mal realiza-se na banalidade, na injustiça e nas radicais práticas de violência contra apátridas, imigrantes, mulheres, desempregados, índios, negros, crianças, idosos e a natureza.

QUESTÃO 01
ESTABELEÇA uma relação entre o clipe do Pink Floyd e o conceito de banalidade do mal. (Faça uso de elementos das fontes)

07 MOTIVOS QUE LEVARAM OS ALEMÃES A EMBARCAREM NA LOUCURA DE HITLER.


1. Tratado de Versalhes

O acordo de paz que encerrou oficialmente a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) forçou a Alemanha a assumir todos os custos do conflito. Ao assiná-lo, em 1919, o país perdeu 13% de seu território, 75% de suas reservas de ferro e 26% das de carvão, além de todas as colônias. Os alemães não esperavam um acordo tão rigoroso e se sentiram humilhados.
“A incapacidade psicológica alemã para aceitar a derrota e as reparações criou um terreno extremamente fértil para o crescimento de um nacionalismo radical, do qual o nazismo seria a expressão mais extrema”, diz o historiador argentino Andrés Reggiani, especialista em nazismo.

2. Sentimento nacional

Desde o século 19, sucessivos líderes alemães haviam insuflado um ardente nacionalismo entre o povo. O primeiro deles foi o chanceler prussiano Otto von Bismarck, que inventou a identidade germânica, unificou a Alemanha e fundou o 2º Reich.
Adolf Hitler seguiu sua cartilha, convencendo a massa de que a Alemanha era ameaçada por inimigos internacionais poderosos. “O Führer evocava a figura mística de Frederico Barbarossa, líder do Sacro Império Romano-Germânico [o 1° Reich]”, diz a historiadora alemã Marlis Steinert, biógrafa de Hitler. “Ele queria expandir o território e prometia que o 3º Reich traria de volta o passado de grande potência.”

3. Aversão à democracia

O povo alemão nunca engoliu a República de Weimar (1919-1933), regime democrático que substituiu o império após a 1ª Guerra. Logo de cara, seus representantes foram responsabilizados pelas condições humilhantes impostas à Alemanha no Tratado de Versalhes. O Partido Social-Democrata tentou sustentar a democracia, mas não tinha apoio. “Todas as outras forças políticas eram favoráveis a um Estado autoritário”, diz Steinert.
Os nazistas se aproveitaram disso para convencer a população de que a democracia era desestabilizadora. “Muitos alemães sonhavam com a volta de um líder da estatura de Bismarck”, afirma o historiador canadense Robert Gellarely. “Viram em Hitler um sujeito capaz de tomar as rédeas do país e restabelecer a ordem.”

4. Política econômica

As reparações impostas pelo Tratado de Versalhes e a Grande Depressão criaram um cenário explosivo na Alemanha. O índice de desemprego chegava a quase 30%. Hitler viu nessa situação uma oportunidade. Assim que chegou ao poder, em 1933, adotou uma política de incentivo à indústria baseada na produção de bens de consumo e na melhoria do padrão de vida das classes mais baixas.
Assim surgiu, por exemplo, o Volkswagen (“carro do povo”), mais conhecido por aqui como Fusca. “Quando olhavam para trás, os alemães só viam crise”, diz Gellately. “Hitler lhes devolveu o emprego e fez as coisas voltarem a funcionar.”

5. Carisma de Hitler

O nazismo nunca teria chegado tão longe sem a liderança carismática de Hitler, um sujeito que hipnotizava multidões em seus comícios e tinha um poder de convencimento difícil de ser igualado. “No palanque, ele encarnava o mito do ‘corpo’ da Alemanha, cujo sistema circulatório era a massa que o aplaudia com devoção”, filosofa o cineasta sueco Peter Cohen no documentário Arquitetura da Destruição.
O caráter messiânico de Hitler foi bem explorado por seu ministro de Propaganda, Joseph Goebbels, que controlava os meios de comunicação alemães. Tudo girava em torno da forte personalidade do Führer.

7. Racismo

Hitler se valeu de um antissemitismo arraigado havia séculos na Europa. A cristandade medieval tinha alentado o mito de que judeus eram aliados do diabo, não tinham pátria e queriam dominar do mundo. Mas essa discriminação foi adaptada aos propósitos do Führer durante a vigência do regime nazista: deixou de ter base religiosa para assumir um caráter racial. Assim, a natureza “degradante” dos judeus passava a ser entendida como imutável, não adiantava tentar convertê-los.
As propagandas do regime ensinavam que confinar e matar judeus, assim como ciganos e outras “raças parasitárias”, era uma medida de saneamento, como exterminar ratos e bactérias. A população comprou essa ideia. “Movidos pelo antissemitismo”, diz Daniel J. Goldhagen, “os perpetradores do nazismo acreditavam que acabar com os judeus era justo, correto e necessário”.
QUESTÃO 02

EXPLIQUE de que maneira a Crise de 1929 e o Tratado de Versalhes favoreceram a ascensão de Hitler. (Faça uso de elementos da fonte)

Precisamente, o termo stalinismo faz referência ao período em que Joseph Stalin ocupou o poder na URSS. Tal período se inicia ao final da década de 1920 – com a ascensão de Stalin ao posto de líder máximo do Partido Comunista soviético – e começa a se dissolver em 1953, ano de sua morte. Em termos teóricos, não há nada de muito original no pensamento stalinista. Sendo assim, não podemos dizer que se trata de uma teoria ou corrente política, mas especificamente de um regime totalitarista dos mais autoritários da história. Entretanto, regularmente usa-se o termo “stalinista” de forma genérica como um adjetivo extremamente pejorativo para designar grupos ou indivíduos socialistas que atuam de forma repressiva e ditatorial.

O stalinismo se caracteriza pela presença de um partido único, cujo comando é exercido de forma ditatorial pelo seu dirigente e líder. O processos de tomada de decisão são centralizados e o Estado passa a deter controle sobre todas as esferas da vida social e individual, dirigindo a produção econômica e monitorando as criações artísticas, científicas, culturais e intelectuais. O stalinismo também foi marcado pela presença de uma policiamento ostensivo e a montagem de um dos maiores sistemas de espionagem da história – comandado pela famosa KGB. A perseguição aos opositores do regime foi brutal e justificado como necessário para a proteção do curso que a suposta revolução comunista deveria tomar. Os meios de comunicação foram censurados e as religiões perseguidas. A propaganda cumpria um papel importante e se fundamentava no nacionalismo e no culto à personalidade de Stalin (que tomou dimensões bizarras nos últimos anos do regime, culminado em construções de estátuas e monumentos de tamanhos grotescos com a figura do líder).


QUESTÃO 03

EXPLIQUE por que a regime de poder stalinista foi um governo totalitário. (Faça uso de elementos da fonte)

QUESTÃO 04
Clique AQUI para ler a reportagem. Em seguida, explique a relevância da propaganda em governos autoritários.

GABARITO
QUESTÃO 01

A canção da banda Pink Floyd denuncia circunstâncias em que a educação não se apresenta como uma instituição voltada à reflexão e à crítica. Assim, forma crianças/jovens que poderão ser adultos incapazes de pensar verdadeiramente. Já o texto, remete ao conceito de banalidade do mal de Hannah Arendt. O mal banal é aquele praticado por pessoas incapazes de um pensamento crítico e reflexivo, pessoas que obedecem ordens cegamente sem questionarem seus próprios atos, submetendo-se, muitas vezes a circunstâncias extremas, como aquelas pessoas que, obedientes ao nazifascismo foram participantes ou cúmplices do holocausto.

QUESTÃO 02

Os alemães não foram capazes de superar os traumas da 1ª Guerra Mundial e as duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes. Esse Tratado, somado às consequências danosas da crise de 1929 fizeram a Alemanha mergulhar em uma grave crise econômica e social, fomentando condições que, somadas ao ódio e à intolerância, favoreceram a ascensão do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

QUESTÃO 03
O stalinismo foi marcado pela presença de uma policiamento ostensivo e a montagem de um dos maiores sistemas de espionagem da história – comandado pela famosa KGB. A perseguição aos opositores do regime foi brutal e justificado como necessário para a proteção do curso que a suposta revolução comunista deveria tomar. Os meios de comunicação foram censurados e as religiões perseguidas.


QUESTÃO 04

Em governos autoritários, o uso da propaganda é metódico e calculado. Líderes de como Mussolini, Stálin, Hitler e outros fizeram da propaganda um meio de enaltecer a nação e o país, diminuindo a relevância do indivíduo. Tais propagandas visam ao engrandecimento do líder, sendo costumeiramente alçado à condição de alguém que não pode ser questionado, como uma pessoa que seria "o grande líder", o paí da pátria que precisa do socorro de seus poderes supremos.

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